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Jogador Número 1


Editora: Randon House
Sinopse: Um mundo em jogo, a busca pelo grande prêmio.
Você está preparado, Jogador número 1?
O ano é 2044 e a Terra não é mais a mesma. Fome, guerras e desemprego empurraram a humanidade para um estado de apatia nunca antes visto.
Wade Watts é mais um dos que escapa da desanimadora realidade passando horas e horas conectado ao OASIS – uma utopia virtual global que permite aos usuários ser o que quiserem; um lugar onde se pode viver e se apaixonar em qualquer um dos mundos inspirados nos filmes, videogames e cultura pop dos anos 1980.
Mas a possibilidade de existir em outra realidade não é o único atrativo do OASIS; o falecido James Halliday, bilionário e criador do jogo, escondeu em algum lugar desse imenso playground uma série de easter-eggs que premiará com sua enorme fortuna – e poder – aquele que conseguir desvendá-los.
E Wade acabou de encontrar o primeiro deles.

 Em um mundo distópico quase apocalíptico, conhecemos Wade, o narrador, ou, como é mais conhecido, Perzival, um jovem humilde e cheio de problemas com sua auto-estima, que passa grande parte do seu dia conectado no jogo mais famoso do seu mundo, o OASIS – que funciona como um RPG, onde você pode realizar missões e conseguir dinheiro e XPs, ou apenas conversar e conhecer pessoas do mundo todo. Mais do que estar logado, vemos como a interação virtual e a internet em si tornou-se essencial nessa geração supostamente futurística.

"OASIS, um famoso jogo on-line de múltiplos jogadores que, aos poucos, se transformou na realidade virtual mundialmente difundida, utilizada pela maioria das pessoas todos os dias."

 O tema central do livro - apesar de mostrar tantos problemas que as nossas ações nos dias de hoje podem impactar com o planeta -, é a caça aos ovos, que é o termo usado para determinar a busca pelo prêmio deixado por Halliday, ou Anorak, como gostava de ser chamado, quando o mesmo morreu; esse prêmio é o próprio jogo, além de uma grande quantia em dinheiro. Dada a grande importância do jogo para aquela sociedade, conseguir conquistar o prêmio é algo único para qualquer um dos jogadores.

"Até que, na noite de 11 de fevereiro de 2045, um nome de avatar apareceu no topo do Placar, para o mundo todo ver. Depois de cinco longos anos, a Chave de Cobre finalmente foi encontrada por um garoto de 18 anos que vivia em um parque de trailers, às margens da cidade de Oklahoma.
Aquele garoto era eu."

Durante a procura pelo prêmio, podemos conhecer alguns personagens extremamente importantes nessa jornada, como Aech, o melhor amigo de Perzival e um famoso jogador, que, apesar de não se conhecerem pessoalmente, são muito próximos, Art3mis - "Pronuncia-se Artemis" -, uma blogueira famosa por quem o protagonista desenvolve fortes sentimentos amorosos, e Shoto e Daito, dois japoneses que se tornam amigos do grupo com o passar do tempo.

" Acho que nem preciso dizer que eu alimentava um interesse cibernético por Art3mis."

 A influência dos anos 1980 é muito grande, como podemos ver em certas partes do livro, sendo ela a principal dica para conquistar o prêmio, uma vez que o criador era apaixonado por essa época. Durante as pesquisas do nosso querido Wade, vemos como essa época teve tanta influência na cultura posterior - não só cibernética, mas em musicas, filmes e televisão como um todo.

" Às vezes até realizávamos nossa pesquisa juntos. Em geral, isso consistia em assistir a filmes bobos dos anos 1980 juntos, além de programas de TV , ali na sala de bate-papo. Também jogávamos muito videogame, claro. Aech e eu passamos inúmeras horas em clássicos para dois jogadores, como Contra, Golden Axe, Heavy Barrel, Smash TV e Ikari Warriors."


 Um retrato fiel do nosso futuro, O  jogador número um nos mostra os dois lados da moeda daquilo que estamos construindo agora; se por um lado, vemos como a realidade virtual facilita a comunicação e o aprendizado, por outro nos mostra como o ser humano passa por uma situação de solidão fora da tela, sem nenhum tipo de contato físico.

"  Na vida real, eu não passava de um ermitão antissocial. Um recluso. Um geek pálido obcecado pela cultura pop. Um introvertido agorafóbico, sem amigos, família ou contato com pessoas. Eu era apenas mais uma alma triste, perdida e solitária, desperdiçando a vida em um videogame. "

 Além dos problemas de socialização, é muito nítido ver como os problemas sociais, políticos e ambientais pioraram consideravelmente com o passar do tempo, e o modo de vida que levamos, sendo sempre condicionados pelo capitalismo e o consumismo extremos.

"Mas depois da crise do petróleo e do início da crise de energia, as cidades grandes foram invadidas por refugiados de cercanias suburbanas e rurais, resultando em falta de casas na cidade. "


Se você gosta de livros com grande conteúdo geek, tenho a certeza de que vai se apaixonar pelo livro, que contem um sem-número de referências de ataris, filmes, livros, séries de tv entre outros clássicos, além de falar explicita e implicitamente de diversas outras questões do mundo atual.
 Minha ressalva sobre o livro é que não achei a leitura muito leve, por se ater a detalhes e explicações extensas de algumas áreas e especificações, mas, sem perceber, o autor consegue te inserir dentro daquela realidade, te fazendo experimentar diversas sensações que você nunca imaginou. Do contrário, pode acabar achando o livro muito massante, e acabar desistindo nas primeiras páginas.

Nota: 4.5 / 5.0

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