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All men must die: O grande impacto das cenas de morte na construção do enredo



Um dos escritores mais famosos atuais, tanto pela série quanto pelos livros, é George R.R. Martin, escritor da saga Game of Thrones (publicado no Brasil como As Canções de Gelo e Fogo); e se tem um ponto no qual percebemos que sua escrita é forte, é o das cenas de morte. 

Quantos fãs não choraram a morte de personagens como Khal Drogo, Lorde Stark e Robert Baratheon?  e quantos não pularam 
de alegria ao ver a morte do tão odiado Joffrey Baratheon?

Outro escritor que pode muito nos ensinar sobre cenas de morte é William Shakespeare.O quão triste e impactante é ver Julieta e Romeu dando a vida pelo romance impossível, ou ver o príncipe Macbeth morrendo após consumar sua vingança? Com certeza, são cenas como essas que tornam um livro, conto ou peça de teatro inesquecível.

Essas são grandes provas que uma cena de morte é algo de impacto dentro de um enredo. Contanto, na hora de construirmos cenas como essas, podemos passar por sérios problemas. Como evitá-los e escrever cenas de morte realmente 
memoráveis? 

Grandes cenas: O que são? 

As grandes cenas dentro de um enredo são aquelas que causam grande impacto no leitor e no rumo a história. É o momento em que todas as rixas, tramas acumuladas, questões por resolver finalmente ganham um desfecho. Geralmente, acontecem perto ou no clímax ou fim da história, mas nada impede de que elas aconteçam no começo ou meio do enredo.

E é então que as cenas de morte entram. E elas podem ser construídas de três modos: 

Como ponto de partida de uma história: Neste caso, a morte de um personagem é o ponto onde a jornada de um protagonista ou antagonista começa. Um exemplo clássico já citado é Macbeth de William Shakespeare. O jovem príncipe dinamarquês jura vingança contra seu tio quando descobre que ele é o responsável pela morte de seu pai.

No meio da história: Neste caso, a morte de um personagem é algo mais impactante no arco dos outros que o circundam, transformando totalmente os personagens e seus rumos. Exemplo disso, é a morte do rei Robert Baratheon em Game of thrones de George R.R. Martin, que resultou em uma guerra entre todas as casas nobres de Westeros pelo tão cobiçado trono de ferro.

No clímax da história: Neste caso, o resultado que obtemos é algo mais dramático, pois a morte dará como resultado um desfecho trágico, ou "feliz" se o personagem morto em questão é o antagonista, o que acabaria pendendo mais para o clichê. Exemplo disso, é o filme 300, gravado pela Warner Bros, onde Leônidas e seus trezentos espartanos morreram bravamente ao defender sua pátria dos gananciosos invasores persas.

E agora, algumas dicas de como construir suas cenas de morte: 

Crie um esboço geral de sua história: Antes de pensar em colocar grandes cenas de morte em sua história, analise todo o enredo que criou. Compensaria mais começar com alguma morte, ou deixá-la mais para o desenrolar do enredo? Pensar assim, pode ser algo muito vantajoso para o escritor, pois evita que seu texto fique com falhas na construção e evita o famoso e tão temido "clichê", fazendo com que você pareça um escritor fraco ou inexperiente.

Analise qual o persnagem será morto: Primeira coisa que temos que pensar na hora de matar um personagem é: O que a morte dele vai mudar o decorrer dos outros personagens? Se essa morte for de alguém querido dos personagens principais, talvez a morte desse personagem justifique alguma atitude importante que outros irão tomar no decorrer da história. Se for o caso de algum personagem secundário, pode intensificar alguma característica do principal ou causar alguma mudança em sua personalidade. Se nenhum desses fatores acontecer, talvez não valha a pena matar o personagem.

Se a morte ocorrer no clímax, analise como essa morte irá causar um desfecho impactante: Isso é algo importante a se pensar, pois um desfecho mal feito é algo que acaba com a imagem de qualquer escritor. Se a morte ocorrer no clímax, faça com que ela seja algo inesperado para o leitor. Pode ser a morte do protagonista, ou de algum outro personagem querido dentro da história. E se optar pelo clássico clichê da morte do antagonista, faça essa morte ser algo inovador, como por exemplo, o "cara mau" se sacrificando para salvar alguém.

Concluindo: 

Cenas de morte sempre serão um impacto na história, seja ela de um dos personagens principais ou de algum personagem secundário, pois elas sempre mudam o rumo do enredo e o arco dos personagens. Por isso, antes de posicionar essas cenas em seu enredo, analise bem o que quer colocar e em cada cena, pois irá evitar furos e problemas como falta de conexão no texto. E sempre quando for escrever uma cena de morte, tenha cautela em não exagerar na cota e analisar as vantagens e desvantagens de colocá-la, Pois evita o clichê e o descontentamento do leitor em relação à sua história.

Tudo dentro da construção de uma cena, seja ela de morte ou de qualquer outro aspecto, é questão de estratégia, é preciso sempre calcular todos os possíveis resultados de cada parte. Se um escritor cogita todas as possibilidades, evitando ao máximo deslizes que autores mais descuidados cometem, com certeza a a chance da  história agradar ao leitor será bem maior

4 comments:

  1. Isa!!! Acho que esse até agora é meu texto preferido! Explorou muito bem as diversas formas da morte na narrativa, além de que o título é genial. Parabéns, mesmo, só me deixa orgulhoso <3

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  2. Na nossa própria literatura, o quesito "morte" foi explorado de diversas formas...
    Nosso grande Machado de Assis fez da morte de Brás Cubas uma brecha para mergulhar na vida e na essência humana, apontando os vícios, as desordens e os pecados cometidos pelos que se afirmam grandes... A morte do corpo, por sua vez, relembra ao homem a efemeridade da matéria e a imensidão do Bem celestial. Neste contexto, pensar sobre a morte de personagens torna-se não só uma estratégia narrativa, mas também um grande espelho que reflete a condição humana.

    Excelente texto! Parabéns!

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  3. Na nossa própria literatura, o quesito "morte" foi explorado de diversas formas...
    Nosso grande Machado de Assis fez da morte de Brás Cubas uma brecha para mergulhar na vida e na essência humana, apontando os vícios, as desordens e os pecados cometidos pelos que se afirmam grandes... A morte do corpo, por sua vez, relembra ao homem a efemeridade da matéria e a imensidão do Bem celestial. Neste contexto, pensar sobre a morte de personagens torna-se não só uma estratégia narrativa, mas também um grande espelho que reflete a condição humana.

    Excelente texto! Parabéns!

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  4. Boa noite escritores. Adorei o texto, concordo com o Delson Neto um dos melhores textos da página.

    Parabéns !

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