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Resenha para o livro “a autoestrada” de Stephen King, escrito como Richard Bachman.


O livro foi originalmente lançado como escrito por Richard Bachman, que para quem não sabe, foi um pseudônimo criado por Stephen King, que teve diversos livros publicados como póstumo a sua morte (de Richard é claro). As grandes editoras americanas, estipulavam um limite de um livro por ano, para cada escritor, mas o gênio Stephen, apostou que poderia escrever mais do que isso, então inventou esse nome e utilizou a foto de uma outra pessoa, para colocar nas orelhas das capas. Claro que isso foi descoberto e essas publicações, tiveram suas vendas multiplicadas em mais de 10 vezes, quando todos souberam que era o grande King o autor das obras.

A trama se passa na década de 70, com Bart Dawes, um funcionário exemplar de uma lavanderia, que perdeu seu filho para um tumor e se vê em um dilema, ao ter que procurar uma nova casa, pois, a sua será demolida para a construção de uma autoestrada. Apesar da história sair muito do estilo de escrita de Stephen, ela é cativante e prende desde os primeiros parágrafos, que usa uma entrevista de um transeunte, para ilustrar a Guerra do Vietnã, que corre junto com uma crise política e social.

A morte do filho de Bart, deixa sequelas em seu casamento e comportamento, desenvolvendo uma doença psicológica nele: em sua cabeça Georgie e Freddy (dois personagens que seu filho adorava), se alternam como um disjuntor opinando em suas atitudes e criticando a cada ato realizado por ele. Apesar dessa tormenta, ele leva uma vida normal, trabalhando e resolvendo as questões do dia a dia, em seu emprego, mas em seu lar, as consequências mudaram toda a rotina de casal e desfigurou o relacionamento com sua esposa.

Em torno de sua casa, existe toda uma história de vida e morte, latente em suas memórias, dificultando Dawes a tomar uma decisão para finalizar o tramite de indenização pelo Governo, para que compre outra residência, agravando sua crise no casamento. Para piorar, a lavanderia onde trabalha também será desapropriada e ele displicente, não negocia outro imóvel, fazendo que a empresa perca muito dinheiro e o deixa em uma situação delicada em seu emprego. 

Bart, pede demissão do emprego e mente para sua esposa, que ao descobrir, vai morar com seus pais. Apesar de sentir sua falta, ele não faz nada para se reconciliar, apesar de todas as chances que ela o dá. Em meio a seus conflitos familiares, ele tramita um plano muito sinistro contra o Governo, procurando mafiosos, lojas de armas e começando uma verdadeira guerra com a empresa que constrói a autoestrada, incendiando alguns de seus veículos.

Suas ações, são cada vez mais inconsequentes e estranhas, acarretando em múltiplas mudanças de sua vida, até o desfecho da história. Ao meu ver, o final do livro perdeu um pouco para a trama, sendo finalizada de forma abrupta, mas de uma maneira característica do autor, que não poupa pessoas boas ou ruins em seus contos. Eu particularmente gostei muito e dos poucos contos escritos como Richard Bachman, que eu li, está de longe entre os melhores.


Um pouco sobre Alessandro Bortoleto Rodrigues:



Bacharel em Desenho Industrial, com habilitação em projeto do produto e pós-graduado em Gerenciamento da Qualidade, possui um livro de ficção pós-apocalíptico lançado pela Chiado Editora, chamado O Terror Depois de Tudo, que em breve estará em todas as livrarias do Brasil e Portugal.

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