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A Bruxa De Blair 2016



 


Em 1980 o diretor e produtor Ruggero Deodato teve uma brilhante ideia, uma câmera na mão e uma ideia simples, barata e super  realista na cabeça. Cannibal Holocaust de 1980 é um pseudo documentário que conta a história de quatro documentaristas de tribos que embrenham-se na selva para filmar indígenas. Dois meses mais tarde, depois que o grupo não retorna, o famoso antropólogo Harold Monroe viaja em uma missão de resgate para encontrá-los. Ele consegue recuperar as latas de filme perdidas, que revelam o destino dos cineastas desaparecidos. Custando cerca de 200 dólares Ruggero Deodato acabava de criar um novo subgênero de filmes o found footage que bem mais tarde seria amplamente explorado pelo cinema comercial.
A campanha de marketing do filme A Bruxa De Blair- The Witch Blair Project de 1999 não poderia ter sido mais do que genial e oportuna se não fosse pelo uso da internet. A ideia de um grupo de jovens que desaparece sem deixar vestígios ao tentar realizar um documentário sobre uma lenda de uma bruxa que assombrava uma cidadezinha do interior americano ganharia ares de realidade ao viralizar na rede mundial de computadores, seu enorme sucesso traria de volta o subgênero criado por Deodato há vinte anos.
Agora chega aos cinemas o filme que tem a pretensão de estender toda a mitologia mostrada  na experiência de 1999. A Bruxa De Blair-2016 começa com o irmão de uma das vitimas dos eventos ocorridos há 17 anos tentando seguir uma pista surgida na internet. Depois disso nada de novo ou original é inserido a trama, um grupo de jovens que se preparam para um acampamento munidos da tecnologia do sua época. O que realmente se destaca aqui no novo filme é justamente isso a tecnologia atual, se no primeiro filme os únicos recursos eram celulares e câmeras digitais aqui temos uma variedade de bugigangas tecnológicas, câmeras de alta resolução, celulares com GPS e drones, esses novos recursos tornam a experiência no novo filme um pouco mais realista, mais imersiva e palpável, mesmo que às vezes essa mesma tecnologia soe como falsa em alguns momentos onde são necessários enquadramentos mais objetivos.
 Adam Wingard amplia de forma mais abrangente a experiência do primeiro filme com uma boa direção com os novos recursos, os sustos sempre recorrentes em filmes de terror, a desorientação dos personagens em meio a um território desconhecido e a ambientação assustadora são bastante convincentes, embora sem muito impacto, tudo isso já foi muito bem explorado no primeiro filme, e é isso que A Bruxa De Blair é, uma reedição melhorada tecnicamente do primeiro filme. O gênero found footage se vende pelo simples fato de parecer uma experiência ‘real’ e isso não ocorre nesse novo filme, todos já sabem do que se trata, o máximo que temos aqui é mais um filme de terror que mesmo bem dirigido não é tão competente como seu antecessor em transformar uma história inventada em uma quase lenda urbana.
A Bruxa de Blair de 1999 revigorou o gênero found footage e nos trouxe filmes como, Mar Aberto de 2005, Atividade Paranormal de 2007, Cloverfield de 2008 entre outros, e esse novo filme mostra o desgaste desse gênero, com os novos recursos de tecnologia cada vez mais populares, fica difícil contar com a ingenuidade e falta de informação de um publico cada vez mais interligado.  Bom filme.

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