RESENHA: AS FACES DA LUZ

As Faces da Luz

(Tatiane Durães)

Vamos falar de mais um livro brasileiro?

As Faces da Luz é o primeiro livro publicado da autora Tatiane Durães. Com uma das capas mais lindas que já vi e tive, foi exatamente essa imagem mais o nome que me chamaram a atenção numa promoção da Editora Arwen. Eu fui comprar um livro, e ao escolher outro, essa capa me atraiu para que eu lê-se a sinopse (e os marcadores são apaixonantes).

O livro começa apresentando a protagonista em seu dia-a-dia. Tayara é uma jovem de vinte e um anos que vive com a mãe, Sônia, em um sítio em São Paulo. Não demora muito para o sobrenatural surgir.

Depois de vários momentos suspeitos, um lobo aparece no meio do terreno e sua mãe o segue por um portal como se estivesse em um transe. Tayara se vê sem escolha e vai junto. Lá elas são apresentadas a um mundo de  magia onde existem lobos, elfos e outros seres mágicos.

Particularmente, gosto quando o autor começa logo o lado da magia, contando que dê uma base legal para o momento atual do personagem. A autora fez isso bem. Eu costumo ter um pé atrás para histórias com esses seres já conhecidos, porém o contexto apresentado me interessou bastante.

Elas descobrem que Sônia é meia humana e meia elfa devido a uma mistura de raças que aconteceu em gerações passadas. Tayara não tem esse lado elfo, mas descobre que é uma bruxa, reencarnação de outras bruxas do passado, possuindo poderes, inclusive de magia negra.

Elas foram levadas a esse mundo a pedido do rei elfo Cedric para que eles pudessem ganhar aliados com o grupo de elfos da qual Sônia fazia parte, porque a aldeia está sendo atacada por uma bruxa e eles precisam se unir com outros povos para se defenderem.

Como as bruxas são vistas como sendo ruins, Tayara precisa começar a conquistar todos mostrando que não é do lado maligno.

Levei a história tentando absorver cada detalhe, porém teve momentos que me travou demais. O primeiro deles foi quando ela tem uma aventura a parte com Ariosto, o lobo que se transforma em homem. Confesso que a vero semelhança com o Jacob do Crepúsculo me incomodou demais, não só pela aparência, mas por algumas atitudes e até falas dela sobre ele.

Como ela é a reencarnação de algumas bruxas, os resultados de todas as aventuras se tornaram um "deus ex-machina", ela sabia o que fazer ou fazia mesmo sem saber. Isso se tornou muito irritante, os dilemas dela não me convenciam porque eram resolvidos de forma muito fácil. 

Gostei muito sobre o desenvolvimento dela com o Aodh e acho que Reagan foi o melhor personagem que a autora criou.

Porém, fica muito latente a falta de prática da autora, tenho a impressão que faltou uma opinião forte de betas e de uma boa leitura crítica. Acredito que poderia excluir umas 100 páginas do livro. É como se cada segundo fosse contado, mas sabemos que não precisa ser assim. Demorei para terminar, pois a evolução não convencia mais, não conseguia mais sentir a tensão dos momentos.

A protagonista começou a me irritar. Foram criados também muitos personagens e povos diferentes e não dava mais para saber quem era quem, ela poderia ter apresentado todos, mas sem misturar tanto nas aventuras. Uma boa parte do livro são nomes, fora que explica e auto-explica demais. Não faz o leitor imaginar ficando extremamente cansativo.
Gostei como a história iniciou com o foco na mãe dela, imaginei uma aventura com as duas, mas não demorou para a Sônia sumir na história e suas atitudes parecerem fracas, inclusive seu romance que não convence devido a rapidez com que ela aceitou o mundo elfo mesmo sendo novo e desconhecido.

O final me deixou intrigada para o segundo volume, mas estou na dúvida se lerei. As Faces da Luz pareceu não ter uma sequencia coerente e desanimou. Torço para que o segundo tenha sido aperfeiçoado nesse sentido.

Darei duas estrelas:

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