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RESENHA - A FILHA DO LOUCO





A filha do louco, originalmente The Madman’s Daughter, é inspirada no clássico “A ilha do Dr. Moreau” de H. G. Wells, o qual a autora tem grande admiração.

Na obra, Juliet ― uma garota evidentemente determinada, de 16 anos ― é filha de quem um dia foi o cirurgião mais respeitado de Londres, o Dr. Moreal, que por consequência de seus gostos peculiares na área da medicina foi obrigado a abandonar a esposa e a filha. Após o grande escândalo, elas passaram a viver à custa de um homem que as “acolheu” até a morte de sua mãe.

Juliet passa a trabalhar como faxineira em um hospital. E em uma noite, o que parecia ser apenas um encontro com sua melhor amiga e alguns rapazes, uma brincadeira a induz a um documento cirúrgico que renova a esperança de que seu pai ainda esteja vivo.

Investigando, Juliet reencontra Montgomery, um antigo criado que fora seu amigo na infância e que também desparecera com o escândalo. Pressionado por Juliet, Montgomery revela que ele e o Dr. Moreau haviam fugido para uma ilha, na qual convivem com os nativos e que ― agora não mais um criado e sim um médico ― é ajudante de seu pai.

A partir desse reencontro, sua vida passa por novas transformações. Um incidente a força a sair da cidade e, imediatamente, Juliet decide ir ao encontro de seu pai, apesar das contestações de Montgomery.

No navio, os pensamentos sobre seu pai ― se ele é o bom homem de quem ela recordava ou se é o louco que todos comentam, e o quanto suas instigantes personalidades se assemelham ― eram seus maiores distratores até o momento do estranho aparecimento do náufrago Edward.

O misterioso cavalheiro Edward e o selvagem Montgomery dividirão o coração de Juliet. Porém o complicado romance não se compara com o que encontrará na ilha. As estranhas deformidades dos nativos, as mortes frequentes causada pelo “monstro”, o repúdio que seu pai demonstrava por Edward e as criações do Dr. Moreau ― geralmente aberrações geradas a partir de outros animais ― são apenas alguns dos fatores que a intrigarão.

A narrativa em primeira pessoa é bastante detalhada, fazendo com que o leitor sinta-se no lugar da protagonista. A excelente escrita de Megan Shepherd  à mente questões científicas e filosóficas, ao abordar quais os limites da ciência para o benefício humano. É claro que os experimentos do Dr. Moreau são uma forma exagerada de fazer o leitor pensar, mas que funciona perfeitamente. E a maneira como ela trabalha cada personagem faz com que nos identifiquemos com seus defeitos, nos aproximando da ficção e nos fazendo admirar até o mais intimidador deles.

A autora peca apenas na monotonia do início do livro, algo que se dispersa a partir do momento em que Juliet sobe no navio. E então, o suspense torna-se surpreendentemente atrativo, com um final inimaginável. Porém o fim é somente o começo da nova narrativa da trilogia.

Amei o livro. A maneira como Megan escreve é clara e envolvente, foi uma das coisas que mais gostei. É uma leitura agradabilíssima, recomendo a todos.


LIVRO: A Filha do Louco
AUTORA: Megan Shepherd
CLASSIFICAÇÂO: 5 estrelas



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