Manchester à Beira-Mar-Filme 2017
Lee Chandler (Casey Affleck) é forçado a retornar para sua cidade natal com o objetivo de tomar conta de seu sobrinho adolescente após o pai (Kyle Chandler) do rapaz, seu irmão, falecer precocemente. Este retorno ficará ainda mais complicado quando Lee precisar enfrentar as razões que o fizeram ir embora e deixar sua família para trás, anos antes.
Quase impossível dirigir um filme como Manchester à Beira-Mar sem cair nas velhas armadilhas e clichês do gênero melodramático e apelar para o choro fácil, no entanto o talentoso diretor Kenneth Lonergan acerta o verdadeiro tom dessa história lutuosa e nos entrega um filme que poderia ser quase um estudo sobre a perda e suas consequências, há um excelente estudo de personagens e uma história simples, mas não desprovida de nuances e profundidades psicológicas. A atuação de Affleck na produção é contida e minimalista, mas ao mesmo tempo cheia de um vigor memorável, tanto que lhe garantiu o Globo de Ouro em filme dramático este ano e pode ainda render uma estatueta no Oscar, mas não é apenas sua atuação que salta aos olhos no longa, Michelle Williams está perfeita como uma personagem fragilizada por suas escolhas que chega a ser tocante no verdadeiro sentido da palavra, difícil não se emocionar com sua atuação.
Manchester à Beira-Mar apesar de ser tipicamente um drama trágico, não é exatamente um filme difícil de assistir, trata-se de um filme essencialmente triste em seu âmago e que descreve com maestria todas os matizes do drama de seus personagens, mas ainda assim há uma certa beleza em sua melancolia retratada em sua bela fotografia que consegue estabelecer uma diferença clara nas sequências entre o presente e o passado.
Manchester à Beira-Mar é um filme sobre perdas, é um excelente estudo de personagens e um profundo tratado sobre o perdão e sobre a culpa. Excelente.
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