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Moonlight: Sob a Luz do Luar- Filme 2017







Três momentos da vida de Chiron, um jovem negro morador de uma comunidade pobre de Miami. Do bullying na infância, passando pela crise de identidade da adolescência e a tentação do universo do crime e das drogas, este é um poético estudo de personagem.

Moonlight: Sob a Luz do Luar é um desses raros filmes em que todo o universo pareceu conspirar para ser perfeito, não apenas pela direção sensível, minimalista, mas não menos vigorosa do diretor Barry Jenkins, existe muita sinceridade em como sua câmera compõe o clima certo para os atores em cena desenvolverem seus personagens, é uma direção realista, mas ao mesmo tempo repleta de um lirismo tocante e quase inefável. 

Apesar de uma direção precisa e sem retoques Moonlight: Sob a Luz do Luar é um filme em que todo à sua estrutura narrativa recai sobre a construção de um personagem central, Chiron quando criança carrega em si toda a tristeza e vulnerabilidade de uma criança exposta a um mundo cruel, o ator mirim Alex R. Hibbert da uma interpretação contida e cheia de pequenas sutilezas que é impossível não ficar tocado com seu olhar perdido e acuado, esse mesmo olhar acompanha o personagem na adolescência agora interpretado por Ashton Sanders e depois na fase adulta interpretado pelo iniciante Trevante Rhodes,  Chiron é um ser humano devastado não apenas por ter nascido pobre e sem perspectivas ou por ser filho de uma mãe solteira ou ainda por sofrer bullying de seus colegas na escola , mas por ser essencialmente uma pessoa real, ou pelo menos um personagem muito bem construído. O elenco de apoio não poderia estar melhor aqui, Mahershala Ali  como uma figura paterna é o contraste de toda a feiura do mundo do pequeno Chiron no primeiro ato. Janelle Monáe está excelente interpretando uma mulher amarga corroída pelas drogas e fechando com maestria Andre Holland está simples e extraordinário interpretando o único amigo do protagonista. 

Tudo em Moonlight: Sob a Luz do Luar ganha ares de natural e complexo, todas as pequenas nuances, os menores detalhes são carregados de uma força dramática que preenche o filme, mesmo quando não se há dialogo algum e o filme tem muito desses momentos há um silencio bastante eloquente entre os personagens, muita coisa não é dita, mas é mostrada de forma sutil e cheia de dramaticidade poética. 

 Moonlight: Sob a Luz do Luar tem muito a dizer, é um filme relevante e atemporal, sua direção é carregada de um lirismo que o tira do lugar comum dos filmes que abordam problemas como drogas e pobreza, apesar de ser profundamente melancólico ele termina num tom ameno, mas ainda sim perfeito. É um filme sobre como a vida nos molda em relação ao mundo que nos cerca e um profundo estudo sobre desenvolvimento de personagens. Extraordinário.   


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