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CRIAÇÃO DE PERSONAGENS AOS MOLDES RPGÍSTICOS







Personagens se tratam de um dos mais importantes elementos numa narrativa. Um bom enredo, com maus personagens, resultará em um marasmo; ao passo que um mal enredo, junto a incríveis personagens, se torna um pouco mais aceitável.

  
   Os jogos de RPG (jogos de interpretação de papel), podem estar um pouco afundados no oblivionatualmente, embora ainda seja possível encontrar alguns jogadores remanescentes (em sua maioria velhos da década de oitenta e noventa), e outros nobres mancebos, a preservar essa arte genuína que se mostra ser a interpretação, e a criação de boas histórias. Mesmo assim, há muito o que aprender com tais experiências, que envolvem além disso, a improvisação e a experimentação, além de um certo aprofundamento nos mais diversos aspectos de uma aventura, a destacar os personagens.

   Aos leigos que não sabem do que falo, não se preocupem, sua ignorância é perdoada porquanto o que trato aqui, especificamente, não requer experiência nerd, por mais que não custe uma rápida pesquisada no Google.


E como funciona?

   Como devem saber (ou não), o RPG envolve a criação de personagens, dos quais os jogadores tratam-se de interpretar. Esses personagens possuem habilidades, sejam elas relacionadas à força, inteligência, etc, além de características mais interpretativas, como ligações, ideais, defeitos e tendências.
   Sim, tendência, isso será o principal aqui.


Tendência!

   As tendências no RPG correspondem às ações de seu personagem, a qual você, o jogador, deve se comprometer em interpretar. Por exemplo, se seu personagem for mau, caso haja um mendigo a pedir esmola no meio da estrada, você não deve o dar, mas ignora-lo, porque é assim que seu personagem é. Interpretação é o foco do jogo.
   Porém, mau e bom são termos simples demais, crus demais.
   
dungeons and dragons cartoon   Assim, tendo como referência o D&D, Dungeons & Dragons (sim! Caverna do Dragão!), – que convenhamos: o primeiro e maior jogo de RPG – em sua 5ª e mais recente edição, existem nove tendências. Mas acalme-se, não é nada complicado de entender.
   Vamos por partes. Como diz o Livro do Jogador, a tendência é uma combinação de dois fatores: uma identifica a moralidade, e a outra descreve as atitudes perante a sociedade e a lei.
    O primeiro aspecto se trata das características morais de suas ações, se são más ou boas, e se dividem em:

- Bom: Alguém que faz coisas boas, ajuda os pobres e valoriza os amigos, por exemplo.
- Neutro: Uma pessoa que prefere estar fora de questões morais e faz o que lhe é viável.
- Mau: Alguém cujo propósito é zombar dos indefesos, matar, roubar, trair. Um amante da maldade.

   O segundo aspecto trata da obediência à lei, o olhar do personagem em relação ao que é certo e errado, ao que é determinado pela lei. É importante separar as coisas: certo e errado não são o mesmo que bom e mau.
   Estes se dividem em:

- Leal: Tem a visão de que a lei é essencial para a humanidade, seguindo-a, sem exceção.
- Neutro: Alguém que não possui uma posição quanto às normas determinadas sobre si.
- Caótico: Literalmente, um fora da lei. Não se importam com o que dizem, com o que é crime, ou o que não é.


Aura é uma boréade, ou seja, uma filha de Bóreas e Oritía. É irmã gêmea de Quione, deusa da neve; Aura é a deusa da brisa congelante, dos frios ventos que levam a neve, e, assim, trabalha junto de sua irmã; seu animal sagrado é o lince, e é patrona de todas as aves que habitam o inverno.  Diferentemente da irmã, Aura é doce e gentil. É descrita como uma mulher de olhos azuis, cabelos loiros e brilhantes, e, por vezes, tem asas brancas iridescentes.: E agora?!

   Bom, ao compreender tais termos, podemos agora conceber as tendências, que são não menos que a combinação desses dois elementos listados acima: a consciência interior, e a consciência exterior. As ações, e a visão.

   Por exemplo, podemos combinar, o mais improvável, Caótico e Bom. Você deve estar perguntando: como pode alguém que não se importa com as leis, ser bom? Ora, Robin Hood é um bom exemplo, pois suas ações são Boas, ao ajudar os pobres, sendo Caótico, ao roubar os ricos, já que roubar é, pela lei, errado.
   Personagens Caótico e Bom são, em sua maioria, os grandes mocinhos das histórias. Por exemplo, o Jon Snow, que, sendo Caótico ao desobedecer as normas da Patrulha, e se unir aos Selvagens, a promover uma aliança entre os dois, teve uma Boa intenção. Ou seja, por mais que os personagens descumpram as leis em seus meios, eles fazem isso para um bom fim. Porque os fins justificam os meios (ou será que não?)


 Ao todo, são nove tendências. Eis um resumo, junto aos, claro, exemplos. 

1 – Leal e Bom: São os quais, seguem a lei, e possuem boas ações. Normalmente combatem o mau, mas sempre guardam consigo certa honra nos combates, em momentos decisivos. São contra qualquer trapaça para alcançar os objetivos. Como exemplifica o Livro do Jogador, Paladinos e clérigos são grandes moldes de um personagem Leal e Bom. Pra ser mais claro, podemos tomar o Gandalf.
The Role You Play - Fantasy Flight Games: 2 – Leal e Neutro: Vivem pela sua própria conduta, sua moral interior, não achando desonroso matar um inimigo desarmado, ou tortura-lo para conseguir informação. Não se importam em trapacear, se há no propósito relevância, ainda sendo fiéis às leis que os externam. Um bom exemplo é o Gimli, também do Senhor dos Anéis.
3 – Leal e Mau: Defensores da lei, usando-a para seus próprios interesses. Não se importam de trapacear, e usam a lei para isso. São reis corruptos, políticos, etc. Por exemplo, Papa Alexandre VI, Rodrigo de Bórgia.

4 – Neutro e Bom: Mede seu comportamento perante à lei de acordo o necessário para que o bem seja feito, valorizando, assim, acima de tudo, a liberdade. Por exemplo, Luke Skywalker.
5 – Neutro e Neutro (ou simplesmente Neutro, ou True Neutral): Aquele que busca o equilíbrio, e segue seus interesses. Se for preciso fazer o mau, que o faça, mas sempre dentro de um limite. Um personagem Neutro nunca iria matar um inocente, mas poderia muito bem machuca-lo caso fosse preciso. Não há pesar nas trapaças, e se movimenta segundo o que lhe for conveniente. Exemplo, Brás Cubas.
6 – Neutro e mau: Um personagem que usa, ou não, as leis ao seu favor, num espírito egoísta e egocêntrico. Pode ser fingido, o que leva a crer numa personalidade, por vezes, leal, ao passo que seu único propósito é a ascensão pessoal. Não chega a ser uma alma puramente má, há interesse por trás. Exemplo, a maioria dos vilões. Mas acho que o porco Napoleão, de A Revolução dos Bichos, seja adequado, porquanto este, embora político, não se importa, no geral, com as leis, mas alimenta sua alma arrogante.

7 – Caótico e Bom: Aqueles que, se for preciso, em nome do bem, chegam a desobedecer seus superiores. Não são, especificamente, foras da lei, mas chegam a descumpri-las. Como exemplo, todo heroizinho que faz tudo pelos amigos. Harry Potter, talvez.
8 – Caótico e Neutro: Não está nem aí para o que pensam, e segue seus próprios instintos, aos seus interesses. Não veem problema algum na trapaça, nem em atividades ilegais. Han Solo é o exemplo perfeito: um contrabandista.
9 – Caótico e Mau: Simplesmente o psicopata. Aquele que tem prazer no mau, e pouco se importa com leis, ama a destruição e o sofrimento, sem motivo algum, sem nenhuma intenção por trás. Exemplo, o Coringa, talvez; ele é louco.


Keep calm and roll initiative!   http://www.roleplaying.company: Concluindo...

   Embora eu, pessoalmente, não siga tal dica (mais para frente, talvez eu escreva como são meus métodos), confesso que essa seja uma boa para os que querem desenvolver seus personagens, torna-los complexos, pinta-los de cinza.
   Um conselho que dou, ao colocar em prática as tendências, é muda-las ao longo da história, para melhor, ou para pior, como acontece com o Theon Greyjoy (é bonzinho no começo, fica malvado, e fica bonzinho de novo) no que dá a impressão de evolução, amadurecimento e desenvolvimento pessoal, tornando-os, assim, mais profundos.
   Algo legal também de fazer, é criar seus personagens na ficha do D&D. Para isso, é só baixar em pdf, ou salvar a imagem, após uma pesquisa rápida no Google, ou no site oficial, de forma gratuita. Os princípios básicos de criação também podem ser encontrados no site, em PDF, embora estejam (a 5ª edição) em inglês. Entretanto, se quiser o Livro do Jogador completo, recomendo que compre, mas aviso-lhe que o preço é um pouco alto.  

Enfim...
Bons textos....

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