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Fronteiras do Universo - A Luneta Âmbar



Sinopse: “Will é o portador da faca sutil. Ele prometera ao pai, no leito de morte, que iria entregar a lâmina terrível ao Lorde Asriel. Está se aproximando uma guerra, a maior guerra de todos os tempos, e a lâmina é a única arma que pode render o inimigo. Um forasteiro num mundo estranho, Will começa sua jornada perigosa. Mas como pode cumprir a promessa quando Lyra, sua corajosa companheira, está desaparecida?”

A Luneta Âmbar começa exatamente onde o livro 2 parou.
Se no segundo livro as críticas religiosas permeavam a história, aqui se torna o motor da trama. Pullman trata desta vez de uma releitura de um ponto bíblico específico (não posso entrar em detalhes sem spoilar), fato que conduz a trama a um final surpreendente… e trágico. Pelos primeiros livros dá para perceber que não é a praia do autor escrever finais felizes com abraços, beijos e sorrisos, mas nunca pensaria num destino tão trágico para uma das tramas. É doloroso, é febril, é traumático. Ponto para Pullman!
A cena do marzipã e da ida à China, os mulefas, o Mundo dos Mortos e a pancadaria na usina foram pontos altos que tenho de ressaltar. Vemos também que Lyra e Will evoluíram durante a saga, e o último capítulo tem talvez a melhor cena da trilogia.
Mas…
O título poderia ter sido melhor, já que a luneta não tem importância ao ponto de nomear o ápice desse universo, o clímax da saga. Lemos a Bússola de Ouro, aguardando que a bússola apareça, e quando ela dá as caras, é um momento maravilhoso; em A Faca Sutil o fenômeno se repete. Ao que parece o autor quis que cada volume tivesse o nome de um objeto. Mas aqui não se encaixou. A expectativa criada por nós não é atendida.
E esse clima de decepção permeia toda a obra. Parece um livro lento escrito às pressas. Foi um caso único presenciado por mim de o livro do meio de uma série ser mais ágil que o final. Esmiuçando, Pullman leva setenta páginas para mostrar coisas que poderiam ter acontecido em uma dúzia, numa história em que o autor transborda de confiança no desfecho, mas lhe faltam ideias para nos conduzir até lá.
Personagens são atirados ao leitor, mudam de personalidade na velocidade de um relâmpago (vide Sra. Coulter). As libélulas eram mesmo necessárias? A grande guerra de todos os universos tem desenvolvimento bobo, a Montanha Nublada aparece repentinamente, A Autoridade é apática, o padre podia ter participado mais.
O último capítulo é maravilhoso. É um dos pontos que fazem a leitura valer a pena, mas, claro, não redime os defeitos.
Nota: 6/10

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