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Sobre personagens e diálogos: como fazê-los parecer o mais naturais o possível.

Sempre quando vamos escrever, os quesitos que mais preocupam um escritor na hora de passar a história para o papel ou word são os personagens e seus diálogos. 

Quando escrevemos um livro que contém muitos personagens com potencial para conquistar leitores, pode ocorrer um certo erro que estraga a história: começamos a colocar muitos atributos um tanto "artificiais", como qualidades ou defeitos em excesso, frases de efeito, diálogos um tanto filosóficos  e que as vezes podem não combinar com a cena em questão, dentre outros.

Cá entre nós, esse tipo de personagem e fala em um livro é algo que deixa a leitura muito difícil, pois a função dele é exatamente a contrária: guiar o leitor através da história, facilitando a sua entrada naquele mundo totalmente estranho e paralelo à realidade. E um personagem artificial obviamente não consegue isso.

Porém, hoje esse post vai mostrar para vocês, meus queridos leitores, como evitar que seus personagens e diálogos fiquem artificiais.

A arte que imita a vida: O porquê que personagens tem que ser "naturais". 

Como sempre digo para todos com quem converso sobre escrita, personagens não são meros bonecos a mercê da vontade do escritor. Existem vários recursos de construção de personagens como fazer ficha, lista, bloquinho. coluna com defeitos e qualidades, dentre outros; porém não utilizo nenhuma delas. Por quê Isabela?

Não dizendo que este método seja o correto, pois cada um tem seu jeito de construir tudo dentro da história, mas eu simplesmente não faço nada para construir o personagem, pois descobri que soltá-lo dentro do enredo sem nenhum planejamento do que já tirá-lo pronto de uma forminha foi muito mais fácil e mais "natural", pois assim ele vai crescendo e surpreendendo conforme o livro vai evoluindo. 

E quando essa naturaliadade é alcançada ou está em falta, ela se reflete nos diálogos, pois eles são parte dos personagens. Quando há presença de muitos discursos filosóficos, frases de efeito como "não contavam com minha astúcia" ou fica recitando mil poemas na hora de consquitar a personagem bonitinha do livro, já percebemos que é um personagem fraco de atributos mais "humanos".

E agora, alguns conselhos para a hora de montar seus personagens e diálogos: 

Como já disse: Pesonagens não são bonecos: Por mais estranho que pareça, personagens tem vontades e características própias, como se fossem seres humanos invisíveis. Por isso, deixe ele livre para mostrar-se como ele é e não forçá-los dentro das cenas. Um personagem bem construído é dinâmico e espontâneo, não um fantoche na mão do escritor.

Não fique separando seus personagens por herói e vilão: Além de ser muito clichê, ninguém é só virtudes ou defeitos, apenas existem situações onde cada um fala mais alto que o outro. Um personagem mulherengo pode ser perfeitamente alguém inteligente e carismático, só que o defeito dele fala mais alto que as qualidades.

Personagens são sujeitos a mudanças: Existem coisas que permanecem, mas na maioria das vezes, um pesonagem pode mudar ao longo da história, pois ele também é imperfeito. No exemplo do cara mulherengo, ele pode muito bem encontrar uma mulher que o colocará nos eixos.

Personagens também são imperfeitos: Esse é o ponto principal que temos que pensar na hora da criação. Um super herói pode ser sem problemas um medroso, a mocinha linda pode ter a boca suja... Enfim, personagens perfeitos demais são muito artificiais e podem afastar o leitor.

Evite usar muito artifícios no diálogo ou deixá-lo inadequado com a cena: Como já dito aqui, persoangens que ficam filosofando muito em seus diálogos tendem a tornar o livro mais cansativo e torna o diálogo muito artificial. Na hora do personagem cortejar uma bela dama, a cantada de pedreiro pode ser uma alternativa muito melhor que um soneto de Camões.

Concluíndo....

Um personagem ou diálogo bem construído não requer maestria de um escritor para obter o resultado da naturalidade o qual abordei aqui, apenas requer um pouco de paciência, criatividade e raciocínio, sem precisar das forminhas de personagens que citei aqui.

Um personagem mais humano tende a trazer o leitor para perto da sua história, pois nos familiarizamos com suas dores, nos alegramos com suas conquistas e ficamos revoltados com seus erros. E essa sensação que o leitor quer ter quando pega um livro para ler, pois os personagens acabam virando o guia da história: eles nos transportam pelo seu mundo, nos fazem enxergar as situações através de seus olhos.  

2 comments:

  1. Cada escritor tem um método, né?
    Eu já tentei escrever um livro todo no improviso. Mas, mesmo nesse caso, meus personagens eram avatares, ou seja, eram inspirados em alguém que eu conheci. Então, mesmo sem fazer ficha de personagem, eu conhecia os defeitos e virtudes de cada um deles.
    Nos demais livros, fui montando minha própria ficha, aperfeiçoando, criando biografia e história pregressa. Isso funciona muito bem pra mim.
    O primeiro livro que escrevi, que não tinha ficha de personagens nem roteiro, é um livro que, hoje, eu vejo uma série de defeitos, que poderia ter sido melhor aproveitado, se tivesse tido um planejamento.
    Curiosamente, meu marido começou a ler meus livros, mas não na sequência em que foram escritos. Leu um romance hot e depois pegou esse que foi meu primeiro livro. O romance ele leu em pouco tempo; esse primeiro livro ele disse que não conseguiu sair do primeiro capítulo. Ou seja, nem sempre o que funciona pra um vai funcionar para o outro, né? heheheh
    No mais, concordo com você: personagens não são bonecos à nossa mercê; são multifacetados, com defeitos e virtudes, momentos em que fala mais alto o bem ou o mal; eles sofrem mudança dentro do enredo, conforme vão sendo "testados" e precisam agir naturalmente.
    Excelente post, Isa. Beijo.

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  2. Interessante. Acredito que o escritor deva testar bastante o personagem na pratica além da concepção porque tem a personalidade dele. Tanto que, os escritores que não deixam seus personagens ganharem vida, os torna metodicos demais e artificiais, já os 'esquizofrênicos" que permitem seus personagens ganharem vida, aplicam uma energia essencial a qualquer personagem: a CRIATIVIDADE. Assim a cantada de pedreiro ou a cantada de Camões podem funcionar se o escritor sentir o personagem, saber quem ele é, como agiria, seus pontos de vista, mas na pratica, sentindo-o, permitindo-o ao invés de fazer uma ficha, tomar notas e torná-lo robótico. Assim ACHO eu.

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