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A Garota no Trem





Quando um grande sucesso literĂ¡rio surge no mercado, surgem em sua orbita alguns subprodutos genĂ©ricos para aproveitar do seu sucesso, e foi isso que Paula Hawkins fez ao ter a ideia de escrever o seu tambĂ©m best-seller A Garota No Trem, que jĂ¡ traz em sua capa um pequeno anuncio: Se VocĂª gostou da Garota Exemplar vocĂª vai devorar esse romance. Absolutamente nada contra em aproveitar uma onda de sucesso, desde que vocĂª faça um bom produto.         
O filme conta a histĂ³ria de Rachel (Emily Blunt), uma mulher divorciada que todos os dias pega o trem no mesmo horĂ¡rio e fica fantasiando sobre um casal perfeito que vĂª pela janela. Um dia, ela testemunha o desaparecimento de Megan (Haley Bennett), que Ă© a babĂ¡ que trabalha para seu ex-marido. Com isso, ela passa a ser investigada pelo que aconteceu. O diretor  Tate Taylor se esforça bastante para contar um trama com trĂªs personagens femininos e seus  pontos de vistas distintos, cada um com sua prĂ³pria estĂ©tica e conceito visual. O resultado tĂ©cnico Ă© um filme visualmente bonito, elegante e em alguns momentos propositadamente confuso, o diretor sabe conduzir e manipular a percepĂ§Ă£o dos espectador com precisos movimentos de cĂ¢mera e uma ediĂ§Ă£o muito bem construĂ­da. Enquanto hĂ¡ uma excelente ambientaĂ§Ă£o e competentes jogos de manipulações visuais, o ritmo do filme sofre bastante com a falta da linearidade temporal da narrativa e os constantes uso de tela escura para designar as personagens torna o filme em muitos momentos lento e sem rumo.
Das trĂªs personagens em cena, sem duvida Ă© Emily Blunt (Rachel Watson) ela transmite de forma profunda toda a dor, obsessĂ£o e confusĂ£o mental que a sua personagem carrega, e Ă© uma interpretaĂ§Ă£o cheia de pequenos detalhes e nuances. JĂ¡ Rebecca Ferguson(Anna) e Haley Bennett(Megan) parecem nĂ£o ter muito espaço para desenvolverem seus personagens alĂ©m de meros estereĂ³tipos convencionais.
A Garota No Trem em muitos momentos chega a soar como uma obra pĂ´s feminista carregada de abordagens sociais, o filme trata de forma bastante prĂ³pria  temas como violĂªncia domestica, abandono, depressĂ£o, alcoolismo, o que deixa a trama mais interessante , jĂ¡ que pelo ponto de vista do ritmo o filme nĂ£o Ă© dos mais Ă¡geis, alias o trailer vende a ideia de um suspense e um mistĂ©rio e isso Ă© quebrado no final do segundo ato com a soluĂ§Ă£o de todo o quebra cabeça da histĂ³ria, deixando todo o ato final sem qualquer atrativo para os fĂ£s de tramas mais complexas. E esse Ă© o ponto crucial do filme, um final convencional e extremamente banal.        
No geral A Garota No Trem Ă© um filme bem dirigido e bonito esteticamente, mas perde ritmo e a trama vai ficando cada vez menos interessante, apesar de uma excelente e bem construĂ­da  personagem principal. Bom.   


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