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O Cemitério de Stephen King - Resenha



Louis Creed, que perdera o pai aos 3 anos e jamais tivera um avô, não esperava encontrar um pai agora, quando estava chegando à meia-idade, mas foi exatamente isso que aconteceu. Chamava-o, no entanto, de amigo, como deve fazer um adulto ao se deparar, relativamente tarde, com o homem que deveria ter sido seu pai.Assim começa a história de Stephen King para o Cemitério Maldito, ou apenas, O Cemitério.

Para mim, até hoje, uma das melhores tramas contadas pelo autor, entre todas que já li dele. Para quem já leu o livro ou assistiu ao filme, sabe do que estou falando. Não se trata apenas de um conto de terror, ou algo para assustar alguém e sim de uma bela narrativa que envolve suspense, terror, tristeza, indignação, alucinação, lendas locais, loucura e todos os bons elementos para um belo conto. Como dá para notar no primeiro parágrafo do livro, Louis, ao mudar-se com sua esposa, os dois filhos e o gato da família, encontrou em seu vizinho não apenas uma amizade sincera, mas, a presença paterna que lhe faltou em toda vida.

Jud Crandall, conduziu a família para conhecer uma velha trilha que tinha atrás do imóvel do novo vizinho, que os levava até um antigo cemitério de animais. Lá haviam diversas lápides feitas por crianças locais, com as homenagens singelas para aqueles que geralmente a estrada haviam levado. A esposa de Louis, não ficou tão impressionada quanto as crianças e ela em particular, tinha repulsa de cemitérios, por conta da morte de sua irmã, de quem ela cuidou na sua infância.

Jud, dividiu não apenas cervejas em sua varanda após o trabalho de Louis, mas diversos conselhos paternos e segredos de homem, inclusive um, que acarretou no enredo do livro. Entre suas celebres frases está: “Achamos que só as mulheres são boas para segredos e acho que elas guardam alguns. Mas qualquer mulher, qualquer mulher que entenda um pouco da vida poderia lhe falar que nunca conseguiu ver o que realmente se passa no coração de um homem. O solo do coração de um homem é mais empedernido, Louis...”

A rotina do jovem médico, que se mudou para uma grande casa na beira de uma estrada muito perigosa e com um novo emprego na universidade do Maine, começa a mudar após receber um rapaz acidentado, que apresenta um forte ferimento na cabeça, onde se poderia ver até parte de seu cérebro. Esse homem, se levanta, agarra o braço de Louis e fala algumas coisas que para ele não tinha tanto sentido, mas o deixaram muito apavorado. Por sorte, sua esposa Rachel, sabia como lidar com essas situações e confortou o médico, quando ele precisou.

Ele, que não se dava muito bem com seus sogros, ficou em casa para o dia de ação de graças, enquanto sua esposa e filhos, foram para a casa dos pais dela. Passou dias em companhia de seu novo amigo e sua esposa, que não tinham filhos. Nesse meio tempo, Crandall encontra a carcaça de Churchill, gato da família, sem vida na grama de seu quintal. Ele então avisa ao amigo e ao se dar conta que a filha do casal de amigos ficará muito triste ao retornar da viagem, apresenta uma solução para que ela não sinta tanto.

O novo pai de Louis, o levou pela conhecida trilha, que levava ao cemitério de animais, mas não o deixou enterrar seu bichinho morto lá, ele o conduziu adiante da trilha, que após uma longa caminhada, chegava até um antigo cemitério Micmac, que fora abandonado até pelos próprios indígenas, por conta da presença de um antigo ser da mitologia chamado Wendigo. Nesse local, ele fez com que Creed enterrasse o gato morto de sua filha, sem lhe dar maiores explicações do motivo de irem tão longe.

Esse, de longe, foi o pior conselho que um pai poderia dar para seu filho, na esperança de auxiliá-lo a diminuir a dor de sua filha, com a perca do animalzinho de estimação. O gato retornou do cemitério, espantando o Louis quando o viu com o cheiro horrível que ele exalava. Para Creed, o gato jamais havia morrido, tendo ele sobrevivido ao acidente, se desenterrado e voltado para a residência de seus donos.

Uma série de acontecimentos trágicos, levaram o médico a ir para o cemitério indígena mais algumas vezes, transformando a trama em algo realmente assustador e triste. Como todas as histórias de nosso grande King, o final é surpreendente e não existem mocinhos, bandidos, heróis, inocentes ou culpados. Tenho certeza que todos que gostam do gênero de terror, irão se deliciar com esse livro e para quem gosta de ver filmes que surgiram de livros, assistam ao filme também, que é bem fiel à trama do livro e nosso querido King, aparece em uma das cenas.
  


Um pouco sobre Alessandro Bortoleto Rodrigues:


Bacharel em Desenho Industrial, com habilitação em projeto do produto e pós-graduado em Gerenciamento da Qualidade, possui um livro de ficção pós-apocalíptico lançado pela Chiado Editora, chamado O Terror Depois de Tudo, que em breve estará em todas as livrarias do Brasil e Portugal.


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