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Ninguém Deseja a Noite- 2016






Groenlândia, 1908. Josephine Peary (Juliette Binoche) é uma expedicionária que viaja ao Polo Norte em busca de seu marido, desbravador. Dona de fortes convicções sobre a vida e o seu trabalho, ela muda por completo sua visão do mundo após um inesperado encontro com a esquimó Allaka (Rinko Kikuchi).

A diretora espanhola Isabel Coixet tem um vigor e uma paixão quase incondicional por seu filmes, tanto que em alguns casos chega a errar a mão e ultrapassar algumas linhas tênues que separam a sutileza do exagero, sua relação com o cinema vem sendo lapidada aos poucos  em cada trabalho que termina. Em Ninguém Deseja a Noite filme de 2016, mesmo ainda cheia de pequenos deslizes, essa parece ser a sua melhor direção até aqui. A história de uma mulher acostumada aos mimos da vida na alta sociedade, que decide ir em busca do seu marido nos confins gelado do planeta e depois de alguns caprichos da natureza a forçam a conviver com  uma simplória esquimó, mesmo baseada em fatos reais, soa como uma história genérica de choques entre dois mundos, mas apesar da passionalidade da diretora e da convencionalidade da história o filme funciona de forma mais do que satisfatória , claro que estamos falando de   Juliette Binoche, uma atriz que eleva qualquer papel que se proponha a fazer, e na verdade ela está muito bem interpretando  Joséphine  Peary a esposa do explorador  Robert Edwin Peary que afirma ter chegado ao Polo Norte em 1909. A primeira vista poderia se tratar apenas de um filme de aventura ou de superação onde a natureza é a grande vilã, mas a trama vai bem além disso, é claro que o choque de culturas entre as protagonistas é inevitável , mas há  uma amizade se desenvolvendo de forma crescente e bem estruturado, há muita verdade na interpretação da duas protagonistas, mesmo a atriz chinesa Rinko Kikuchi ( Allaka)ser um pouco subutilizada , sua interpretação é cheia de energia e em alguns momentos tocante. 


A direção de arte é bastante oscilante, em alguns momentos há uma boa exploração da fotografia exuberante das locações, bons planos abertos mostrando toda a grandiosidade de um mundo gelado, mas em alguns momentos a diretora escolhe abrir mão de tudo e fazer longos Close-ups em seus personagens. O roteiro parece ser bastante bagunçado, principalmente no terceiro ato, onde o filme fica piegas e se torna quase um dramalhão genérico.
  Ninguém Deseja a Noite é um filme que apesar de alguns defeitos em sua estrutura narrativa chega a ser tocante em alguns momentos, é um filme essencialmente sobre o amor, a amizade, a coragem e a busca por si mesmo, mesmo de uma forma confusa a história não tem nenhuma premissa de ser um filme de arte ou uma obra que faça o publico filosofar sobre questões menos mundanas da vida. Bom

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