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RESENHA - LIVRO S.

Foto tirada do site
http://www.intrinseca.com.br/blog/2015/11/o-quebra-cabeca-literario-de-j-j-abrams/

S. - J.J. Adams e Doug Dorst 

Editora: Intrínseca
Sinopse: Uma jovem encontra numa biblioteca um livro com anotações de um estranho. As margens repletas de observações revelam um leitor inebriado pela história e pelo misterioso autor da obra. Ela responde os comentários e devolve o livro, que o estranho volta a pegar. Ele é Eric, ela é Jennifer, e o inesperado diálogo dos dois os faz mergulhar no desconhecido.
 É esse velho exemplar típico de biblioteca – consultado, anotado, manuseado – intitulado O Navio de Teseu, de V. M. Straka, que o leitor encontrará dentro da caixa preta e selada de S. A lombada está visivelmente gasta e as páginas, amareladas, rabiscadas com comentários manuscritos em diversas cores. Entre as folhas, surpreendentemente, há cartas, cartões- -postais, recortes de jornal, fotografias e até um mapa desenhado em um guardanapo. 
 O Navio de Teseu data de 1949 e é o décimo nono e último romance de Straka, autor cuja vida é um mistério. Nem mesmo F. X. Caldeira, responsável pela tradução da obra e pela publicação do derradeiro livro, já após o desaparecimento e a suposta morte de Straka, tem mais informações. Nas notas de rodapé, Caldeira tenta contextualizar e relacionar as obras e a vida do autor. Nas anotações a lápis e a caneta, porém, vê-se que Eric, um estudioso de Straka, parece não concordar com as notas da tradução. E as observações escritas por Jennifer, uma graduanda cheia de segredos que trabalha na biblioteca da universidade, mostram que ela percebeu isso. 
 Da conversa entre Jennifer e Eric nas margens das páginas da obra emerge uma nova trama, que levará os dois a enfrentar decisões cruciais sobre quem são de verdade, quem talvez venham a se tornar e, ainda mais importante: quanto de suas paixões, mágoas e medos eles estariam dispostos a compartilhar com alguém que não conhecem. 

 Primeira coisa que preciso dizer sobre esse livro é o fato de que podemos ver três ou quatro enredos enquanto estamos fazendo a leitura, portanto, essa resenha pode ficar um pouco extensa – mas garanto, valerá a pena! -, começando pela história "principal": O navio de Teseu. A segunda coisa que tive a necessidade de comentar é fato de existirem diversos anexos, que tornam o contexto muito mais próximo de algo real - além de deixar mais divertido. E, por último, as capas, que são nada menos do que maravilhosas, e que permitem ao leitor entrar no clima da história. 
 Em O Navio de Teseu, temos como protagonista S., que acordou perdido, molhado, sem saber o próprio nome, onde estava ou qual dia era aquele; tudo o que ele tem é o símbolo S. Comça então a sua jornada para saber quem é, e qual o seu objetivo. Ele, então, acaba parando em um bar, onde encontra uma mulher que parece ser sua conhecida, mas de quem não consegue se lembrar, que lê um misterioso livro. 

  S-. Ele repassa o nome na mente e na língua. Continua a não significar nada para  ele. Apenas uma palavra. Ainda assim, de repente se sente mais calmo; é muito  melhor ter um nome do que não ter.

Em determinado momento, ele acaba sendo enviado para um navio, no qual nenhum de seus tripulantes fala, de menos o Capitão Redemoinho, que não parece estar disposto a dar nenhum tipo de ajuda ou resposta sobre o que está acontecendo. Quando ele consegue fazer sua primeira fuga, após o navio sofrer um ataque e acabar sendo destruído, ele acaba em um país, também desconhecido, ajudando pessoas que estão se rebelando contra o dono de uma empresa, que parece tentar dominar ou destruir o mundo. Ao mesmo tempo em que isso ocorre, ele tenta encontrar aquela que ele acredita ser sua alma gêmea. 
 Após uma rápida e, de certa forma, fracassada jornada com seus novos companheiros, ele acaba retornando ao navio, que parece magicamente reconstruído. Mesmo não compreendendo corretamente o que está acontecendo, ele desiste de tentar uma fuga, e passa a aceitar seu destino como tripulante desse navio "quase-fantasma". Ele aceita sua missão, e começa, de certa forma, a ser parte desse estranho conjunto, sendo escritor, assassino, e limpador de convés 
 A partir desse livro, temos a história do suposto autor, V. M. Straka, que ninguém nuncconseguiu descobrir quem era realmente – ele usada um pseudônimo, e se recusava a aparecer para qualquer pessoa da mídia, e até mesmo para sua tradutora. Nesse suposto último livro do autor, temos notas de rodapé muito estranhas, algumas sem sentido algum, que contam opiniões da tradutora, e histórias que ela conhecia sobre o autor, com quem trocou inúmeras cartas. 
 É aí que entra a história, talvez, principal: a de Eric e Jennifer. Eric é um estudioso de Straka, que tem uma ótima teoria sobre quem ele pode ser, tendo até mesmo algumas provas sobre isso. Ele usa, então, um dos exemplares da biblioteca de sua antiga faculdade para fazer anotações sobre o último livro, por acreditar que ele é a chave para desvendar esse mistério. Tudo parece mudar quando ele percebe que outra pessoa está escrevendo em seu exemplar, dando opiniões, algumas totalmente absurdas, sobre o que ele tem estudado durante anos. 
 O que a princípio deixa o garoto irritado, passa a ajudá-lo cada vez mais, uma vez que Jen tem um olhar totalmente diferente e mais "puro" sobre a história, podendo perceber coisas diferentes no texto e na história como um todo.
  
 Desculpa. Apenas me sinto mais seguro fazendo as coisas assim por enquanto. Eu juro que não sou tão assustadora quanto aqueles marinheiros. (Mas quer saber? Talvez você tenha espreitado as estantes?)

 No meio disso tudo, começa uma disputa entre Eric e seu antigo professor Moody, que tenta conseguir o reconhecimento por algo que seu ex-aluno fez, e passa a perseguir os dois amigos, tentando descobrir qual é a nova história em que os dois estão trabalhando. 
 Mesmo sem se encontrarem, Eric e Jen rapidamente desenvolvem uma amizade, um sempre se preocupando e ajudando o outro com seus poblemas, e é possível perceber, em determinadas partes de suas conversas, que os dois não sabem lidar com esses sentimentos que começam a aparecer entre os dois.  

Estou bem aqui.

 Preciso dizer que a forma como o livro é feito deixa tudo muito mais divertido. A leitura não é necessariamente linear, apesar de eu aconselhar, a qualquer um que queira entender a história completamente, a ler mais uma vez. É fácil perceber o padrão das história, quais são as cores que devemos ler antes de qual (ao fim da resenha, fiz uma lista para ajudar). Eu nunca tinha encontrado uma obra com tantas histórias que acontecem concomitantemente, com tantos enredos diferentes, que te prendem de diversas formas.  
 Existem outras partes que são importantes no livro, mas que eu preferi não dizer, porque fazem a história ficar ainda mais divertida, e talvez seja, no fim de tudo, o que faz a leitura realmente valer, e ser considerado um exemplar maravilhoso.  
 A qualidade de edição é tão grande, que, ao lê-lo, tive momentos em que me pegava distraída pensando que alguém tinha realmente escrito no livro, ou que ele realmente era muito antigo, tendo sido muitíssimo manuseado. Cada detalhe foi pensado com muito cuidado, e isso é muito perceptível ao passar das páginas. 


Nota: 5,0/5,0 

PS: Uma ajuda rápida àqueles que vão fazer a leitura 
1º- Anotações à lápis de Eric 
2º Caneta preta (Eric) e azul (Jen) 
3º Caneta verde (Eric) e laranja (Jen) 
4º Caneta vermelha (Eric) e roxa (Jen) 
5º Por fim, caneta preta – mais grossa - tanto para as notas de Eric quanto para as de Jen.  

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