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Resenha - Quando as sereias choram



Resenha - Quando as sereias choram
Autora - Mirella Ferraz


“Afinal, essa é uma história contada através das lágrimas, lágrimas derramadas por sereias…”, trecho que vem na contra-capa do livro.

Um dos muitos trechos do livro : “-Quero saber… - ele respondeu, calmamente - …, primeiro, de onde você vem? Depois, como sabe minha língua? E o principal, o que lhe passou pela cabeça ao desferir-me tratamento e linguajar tão indignos assim? Por que me impediu de cair estatelado na lama se sua intenção não era me puxar? Gosta de brincar com desconhecidos, Senhora?”

Liban era destemida (longos cabelos negros e olhos cinza) tem muitos segredos, todas as garotas a achavam estranha e a tratavam mal. Tinha uma forte ligação com o mar, podia enxergar dentro de água tão bem quanto fora dela, respirar debaixo de água como os golfinhos. Nasceu no mar. Sofre pela perda da mãe, que dizia a Liban que era muito especial. Havia uma sereia que a seguia desde muito pequena, e, ela ouvia uma musica que mais ninguém parecia ouvir, quando estava perto do mar. Ela não demonstrava os seus sentimentos, aprendera isso com sua mãe, tinha ódio pelo povo escandinavo, achava que era bárbaro e cruel. Morava com Burton, o tio, tinha medo dele, pois andava quase sempre bêbado (“só não tenho ideia de como farei para chegar esse horário em casa. Ele não vai entender…”). Liban não tinha amigos, todos achavam que era louca como a mãe. 

O seu melhor amigo era um golfinho, Ulisses, por quem tinha uma amizade eterna e muito carinho. A autora conta-nos, através da narrativa feita por Liban do porquê do nome Ulisses.

Ivar (cabelo comprido, loiro), tinha ódio aos cristãos e a culpa por erros passados. Pertencia a um clã de guerreiros vikings, Era o braço direito de Ragnar, seu tio (chefe do clã). Ivar não gostava de gente estrangeira. Um guerreiro viking nunca anda sem suas armas, e, Ivar, devido a certos motivos teve que embarcar num Knorr (barco mercantil) sem suas armas “Todas as suas armas eram os seus bens mais preciosos”. A infância de Ivar é descrita pela autora com bastantes pormenores, dá pena da mãe dele “É melhor você esquecer sua mãe e se concentrar somente em suas aulas.”, uma infância longe da mãe e do pai, foi educado pelo tio Ragnar “sua infância foi marcada pelos ensinamentos na arte da guerra.”

No decorrer da história aparecem ensinamentos feitos por Ragnar, a Ivar… “Outro ensinamento de Ivar que ele devia ter seguido”.

A autora descreve bem as paisagens “… brincava com esses galhos tal qual o mesmo vento brinca com os cabelos das moças ou com as crinas dos cavalos”. Gosto da descrição detalhada dos vikings por parte da autora, incluindo os nomes das respectivas armas e, como foram obtidas. E uma história de sereias (tema que a autora ama) e Vikings (que eu amo), só pode dar em coisa boa. Amei a descrição de Liban por parte da autora, principalmente a página 63 e a descrição de Ivar nas páginas 65 e 66. 

O 1º encontro entre Liban e Ivar, pode-se dizer que foi brutal, muito engraçado. “Homens como você não sabem pedir, A educação não é cultivada em sua pobre cultura, não faz parte de sua rotina – cuspiu ela … a garota então virou o rosto e se preparou para prosseguir, mas o viking estendeu o braço à frente do peito dela, impedindo sua passagem.”

O capitulo 9 é um capitulo apaixonante.

Nas páginas 87 e 88 deu-me uma vontade de bater numa certa personagem… aquilo não se faz com ninguém, principalmente com quem não o merece.

Um dos meus trechos favoritos : “- Algo mais que deseja? Talvez uma liteira para levá-la até lá? Posso lhe emprestar alguns escravos meus, ou talvez eu mesmo a carregue. Se bem que – ele a olhou lascivamente com seus olhos sempre entrefechados – eu adoraria carregá-la.”

Liban conta a história da mãe a Ivar e do porquê de detestarem os escandinavos (uma história muito triste e com muito sofrimento).

O capitulo 16 é um dos meus favoritos, é passado na praia “Então a olhou nos olhos e depois em sua boca, e os olhos azuis e entrefechados dele exibiam um fogo que Liban já conhecia.”

E o inicio do capitulo 17, eheheheheh que risada que eu dei “-Isso eu quero ver. Uma Mulher de calças agora é novidade para mim. Você, com certeza, é louca, Liban.”

A cena em que Ivar conhece Ulisses, o golfinho é de chorar a rir. “Ah, ele também fica chateado se eu esqueço seu nome?”. Eu só tentava imitar as expressões feitas pelos personagens no capitulo 17.

A autora vai-nos dando lições de vida, como “Ninguém pode afastar alguém de nossos pensamentos. Sequer a morte tem esse poder.”

O capitulo 19, deu-me pena de 2 personagens do livro, não vou dizer quais, a natureza faz das suas, outras vezes é a mão humana…

Os capítulos 22 e 23 têm muita emoção misturada. A autora levou um rumo na história que me deu nervos e com pena de Ivar, isto não se faz…

A autora apresenta novas personagens, uma das quais, a sereia Amairani, pareceu saber tudo de Liban

Quis o destino que eles se separassem. Com a separação, Ivar estava a sofrer “Antes, jamais se apresentaria em publico assim, já que acreditava que uma imagem poderosa e importante era também uma arma para ser temido e respeitado…”. Enquanto isso, Liban passava os seus dias com sereias, mas continuava a sofrer por causa de Ivar “E mesmo com todo o esforço de Liban para esquecê-lo, Ivar não abandonava seus pensamentos…”, ela queria esquecê-lo, pois achava que ele a tinha abandonado, devido a acontecimentos que não vou revelar, leiam para saber. Depois de algumas coisas se passarem, Liban decide ir atrás de Ivar, para saber o porquê de a ter abandonado “seu coração quase lhe saltava pela boca e ela só torcia por uma coisa : para que aquela fosse a frota de Ivar…”.

O capitulo 41 mostra o amor de Liban por golfinhos, um dos meus animais favoritos, gostava tanto de experimentar nadar com golfinhos…

Começa a haver um boato de que existe um monstro marinho e que atacou uma frota norueguesa, e Ivar diz a Ragnar que o vai caçar.

Ao contrário das sereias, Liban tinha que estar sempre emergindo, por mais que conseguisse ficar muitos minutos prendendo a respiração. E, Liban e sua companhia souberam de alguém que andava atrás de um monstro marinho e que iam na sua direcção, elas tinham que fugir .

No capitulo 45, principalmente na página 335, apeteceu-me bater em alguém, que raiva que aquela personagem me deu, e não foi a primeira vez que essa personagem me deixou com os nervos à flor da pele…

Adorei os capítulos em que Liban conheceu e conviveu com Beoc, um monge que ficou fascinado por ela “seu rosto ficou a centimetros do rosto de Liban e Beoc sentiu não só suas bochechas queimarem, como seu corpo inteiro também.”. Beoc era uma das melhores pessoas que Liban já conhecera (Eu gostei muito do personagem Beoc. Depois de Ivar, é o meu favorito).

A autora apresenta-nos Ana, a cozinheira do mosteiro (não gostei nada dela, vai ser católica assim no inferno, desculpem a má língua…), ela não gostou de Liban.

Chorei da página 385 à página 391, leiam o livro para saberem o porquê do choro.

E assim nasceu a lenda de Liban, a Murgen (nascida do mar).

Ai o final, AMEI.

E como não podia deixar de ser, apareceu uma Sereia com o nome da autora….

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