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Jantar Secreto - Raphael Montes

Jantar Secreto - Raphael Montes
Editora: Companhia das Letras
Preço: R$27,50 a R$39,90
Sinopse: Um grupo de jovens deixa uma pequena cidade no Paraná para viver no Rio de Janeiro. Eles alugam um apartamento em Copacabana e fazem o possível para pagar a faculdade e manter vivos seus sonhos de sucesso na capital fluminense. Mas o dinheiro está curto e o aluguel está vencido. Para sair do buraco e manter o apartamento, os amigos adotam uma estratégia heterodoxa: arrecadar fundos por meio de jantares secretos, divulgados pela internet para uma clientela exclusiva da elite carioca. No cardápio: carne humana. A partir daí, eles se envolvem numa espiral de crimes, descobrem uma rede de contrabando de corpos, matadouros clandestinos, grã-finos excêntricos e levam ao limite uma índole perversa que jamais imaginaram existir em cada um deles.





 Raphael Montes criou uma história diferente de tudo o que eu esperava. Primeiro, porque o autor usa o método de começar a história já pelo final, deixando claro, para o leitor, o fim que o protagonista terá; se isso não faz sentido - afinal de contas, a ideia geral desses livros é saber se a pessoa se livrará da punição pelo crime ou não -, com o passar das páginas, fica claro que isso é irrelevante. O importante aqui é o desenrolar desses acontecimentos macábros e um tanto quanto sombrios.
 Em uma história sobre canibalismo e poder, vemos uma disputa sobre quem realmente está no controle da situação. Dante, o protagonista e narrador da história, conta logo no início do livro, o quanto se sente persuasivo, perseverante, estratégico e focado, mas logo cada uma dessas característica vai caindo por terra, depois de se deixar convencer pelos amigos Leitão e Hugo, a oferecer o jantar.
 O único personagem sensato em toda a confusão que se torna a vida de todos é Miguel, o quarto amigo e morador da casa, que se recusa a aceitar e ver a situação com a normalidade que os outros veem. Ele é o momento de sanidade da leitura, apesar de, por vezes, sentir que o personagem estava ali só para reclamar.

Você é o que come
Você come o que é

 Apesar de ser uma história muito bem construída - fiquei realmente surpresa em algumas partes -, a maioria dos acontecimentos é bastante previsível. Algumas cenas tem um nível de detalhamento tão grande que permitem ao leitor fazer uma conexão bem rápida, tirando o mistério de algumas cenas.
 Em contrapartida, existem capítulos inteiros que o autor conseguiu passar exatamente a sensação necessária, sem qualquer enigma ou coisa do tipo, chegando a incomodar, tamanho o desconforto causado pela veracidade. A forma como descreve os locais, as partes que envolvem o preparo da "gaivota", como chamam a carne, é tão simples, mas ao mesmo tempo, tão cruas, que me assustaram. 
 É um bom livro, com uma história interessante. Preciso admitir que esperava mais, devido a quantidade de pessoas que falaram sobre essa história, e fiquei um pouco decepcionada com o desfecho de tudo isso. Alguns personagens tiveram um final conveniente, e talvez esse devesse ter sido um ponto mais trabalhado pelo autor.

Nota: 4,0/5,0

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