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Una-Filme 2017



 Ray (Ben Mendelsohn) e Una (Rooney Mara) já tiveram um complicado relacionamento quando ela tinha apenas 12 anos. Quinze anos depois eles se reencontram. Ray é confrontado com o passado quando Una chega sem avisar em seu escritório buscando respostas sobre o abuso que sofreu. Ray fez uma nova vida para ele, mas os dois vão precisar revisitar sua relação e escavar um inabalável amor danificado.

Inspirado na peça "Blackbird" de David Harrower, Una deveria ser um estudo psicológico tanto de pessoas que foram abusadas na infância quanto seus abusadores, ao invés disso tenta romantizar e até inverter os papéis de vitima e agressor, essa perspectiva pode parecer polêmica o suficiente pra tornar o filme do estreante Benedict Andrews como uma Lolita 1962 de Stanley Kubrick, ou Pretty Baby 1978 de Louis Malle, mas o que temos aqui é apenas um retrato desbotado da obsessão de uma mulher que se apaixona pelo seu abusador, não que essencialmente o tema por si só não seja escorregadio, mas convenhamos que o diretor não é nenhum Kubrick muito menos nenhum  Louis Malle. Una é um filme que não se arrisca em se aprofundar no tema da pedofilia e é ai que o longa perde a ótima oportunidade de ganhar pulso dramático e de levantar algum discurso relevante. 

Tecnicamente o filme tem uma fotografia vistosa com tons vintages muito presentes, a câmera do diretor desliza com suavidade e um certo romantismo, há uma boa construção de climas aqui, seja nos flashbacks evocando uma certa pureza ao mostrar o relacionamento dos dois protagonistas seja nas cenas do presente mostrando uma crescente tensão entre os dois.  Rooney Mara e Ben Mendelsohn,estão bem em seus respectivos papéis, mas parece sempre faltar algo nos diálogos de ambos, há muito impulso teatral, mas há pouca motivação em suas atuações.Destaque para Ruby Stokes que interpreta a personagem quando criança, sua atuação é ao mesmo tempo suave e carregada de uma dor que ela ainda parece não compreender.
Una é um filme desprovido de culpa ou de discursos relevantes, ele pode até levantar algumas opiniões mais acerbadas a respeito da pedofilia, tais como: Pode haver amor na violência?  Mas ele próprio é um filme maniqueísta e indulgente ao tratar de um tema tão complexo.

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